sábado, 12 de janeiro de 2013

Qual é o seu Conto de Fadas?


Os números são forças arquetípicas que assim como outros símbolos esotéricos podem se relacionar com muitos mitos, lendas e também com os contos de fadas antigos! Os contos de fadas são remanescentes de histórias muito mais primitivas e provavelmente mitológicas de povos que se perderam na história. Como acontece com Cinderela, num conto italiano era a Gata Borralheira e há um similar chinês do século IX. Por ter equivalentes em várias culturas parece ser um símbolo arquetípico da busca da alma humana por ascensão, que a primeira vista parece ser apenas uma ambição meramente material ou social, mas a presença de seres da natureza, e de uma fada madrinha, nos reporta a uma viagem xamânica pela comunhão com o grande mistério da existência! Vale lembrar que os reis na antiguidade eram coroados porque a coroa é o símbolo de uma comunhão divina e os reis eram tidos como descendentes dos deuses. Cinderela quer casar-se com um príncipe para que este seja rei e ela sua rainha. 
Sugiro que caso você conheça os seus números pessoais avalie mais afundo essas histórias do que as sínteses apresentadas aqui nos contos escolhidos por mim. Acredite eu fiz isso e é impressionante o tanto de insights que se pode ter ao observar o comportamento dos personagens e relacioná-los com nossas próprias atitudes inconscientes. Faço aqui uma breve relação entre as características principais dos números e as principais lições a serem apreendidas por eles que se manifestam nas histórias que ilustram esse texto.


Os contos das Mil e Uma Noites, traduzidos na França
do século XVIII, tornaram-se muito populares no ocidente.

O número de sua data de nascimento deverá ser considerado como os valores que você deverá seguir e desenvolver ao longo de sua vida, e o número da soma total de seu nome de batismo como as qualidades que você já traz desenvolvidas, para o bem ou para o mal! Caso tenha dúvidas dos principais atributos de cada número vá até marcadores e clique em “simbolismo dos números”. Entenda que os contos são os primeiros mitos com os quais contatamos, perceba como se sente ao descobrir qual e o seu. Você gosta dele, o aceita, ou ele lhe assustava quando criança? Por quê? Ou ele lhe inspira, ou você nunca o entendeu?... Há razões para tudo isto, explore essas possibilidades! Não se esqueça de que o mapa é um organismo vivo e você pode se sentir mais identificado com outro conto que não o que se relaciona diretamente com seu número do nome ou data de nascimento. Sugiro considerar todo o mapa e principalmente os números da soma das vogais e consoantes, e também os números de intensificação (números que aparecem muitas vezes no mapa) e os números kármicos (números que faltam). Esses cálculos darão a nuance por trás do seu conto original. É um modo interessante de se interpretar o mapa numerológico pessoal.

Número 1 – Peter Pan

O número 1 tem por principal característica a liderança, qualidade esta que não falta a Peter. Ele vaga pelo mundo em busca de crianças que venham com ele para a Terra do Nunca, um lugar onde ninguém cresce e onde não há pais para mandarem nas crianças. Porém, fica bem claro desde o começo que Peter é a autoridade por lá! Senão pela imposição de ordens, o é pelo exemplo. O único adulto é o Capitão Gancho a quem Peter sempre enfrenta. Peter Pan é o exemplo da autonomia e da liberdade de expressão tão importantes para os nativos deste número, da mesma forma que representa bem a teimosia e a rebeldia despropositada que também os acompanha.

Número 2 – Chapeuzinho Vermelho

Ela é a expressão máxima do desejo de auxiliar e da sensibilidade intuitiva do número 2. Enfrenta uma floresta perigosa para levar doces para sua isolada vovozinha. Encontra um lobo cruel, que vem a ser o símbolo dos desafios da vida que surgem como fatos ou pessoas. Ele engole a velhinha e se disfarçando dela tenta enganar Chapeuzinho que usando de sua acurada percepção vê por trás do disfarce! As pessoas regidas por esse número em seus numeroscópios individuais devem tomar cuidado para que o excesso de solicitude não as acabe colocando em situações de risco, ou dilemas difíceis de sair. Caso não possam evitar que se permitam confiar e serem guiadas por sua intuição!

Número 3 – Aladdin e a Lâmpada Maravilhosa

O número 3 é a cifra da criatividade, do espírito alegre e infantil. O jovem Aladin é um adolescente que não quer aprender o ofício do pai que é alfaiate, uma atividade também ligada á beleza, moda e criatividade. Todos os temas típicos do 3. O jovem, porém só pensa em se divertir e brincar até que é contratado por um feiticeiro para pegar para ele a Lâmpada Maravilhosa. Numa reviravolta do destino o gênio da Lâmpada se solta e obedece somente ao menino que se transforma num príncipe, e no governante de seu reino! Como todos os 3 Aladin é cheio de sorte, alegria e imaginação. Mas ao contrário dele esses nativos tendem a não aproveitar bem, nem seus talentos, nem as oportunidades que batem à sua porta!

Número 4 – Os Três Porquinhos

O 4 rege o trabalho árduo e disciplinado, bem como o desejo de segurança. Dois dos Três Porquinhos vivem como um número 3, querem brincar e se divertir, enquanto o terceiro irmão dá um duro danado para construir sua casa de tijolos e, temendo pela segurança dos irmãos, pede para que terminem logo suas casas afim de não serem vítimas fáceis do lobo mau. O símbolo das intempéries da vida! O trabalho organizado, outro tema do 4, aparece quando os irmãos vão pedir socorro ao terceiro porquinho e ele une suas forças a eles para expulsar o lobo amedrontador para sempre! Tudo isso é ótimo, mas na história os outros dois porquinhos brincalhões lembram também ao porquinho nativo do número 4 de que a vida não é só trabalho, uma coisa que por vezes se esquecem!

Número 5 – As Aventuras de Simbad, o Marujo

Simbad era um pobre carregador que conhece um rico homem para quem fazia entregas e esse homem revela também se chamar Simbad, e confessa que enriqueceu graças as suas viagens fantásticas. Propõe a mesma coisa ao jovem entregador que aceita de pronto. Sai pelo mundo e quase perde a vida tais são os riscos das sete viagens que empreende. Ao final de sua jornada é recompensado pelo outro Simbad e tomado pelo gosto da aventura torna-se um rico e próspero mercador! Aventura, mudança, gosto pelo risco e vontade de explorar e aprender são típicos dos nativos deste número tanto quanto sua dificuldade em achar um foco claro na vida. Ao fazê-lo prosperam tanto quanto o jovem marujo.

Número 6 – Branca de Neve e os Sete Anões

Branca de Neve começa tendo problemas por causa de sua beleza, um atributo do 6, e foge para uma floresta onde encontra a cabana de mineiros anões. Ela começa por limpar toda a casa, transformando-a num lar e depois dorme em suas camas. No começo eles a tem como uma intrusa, mas logo veem na menina uma igual e viram todos uma família. Os anõezinhos cuidam dela e a protegem da bruxa malvada que é sua madrasta invejosa. Lar, aconchego, nutrição amorosa e alimentar são atributos do 6 que Branca possui. Mas assim como ela, que vive incógnita numa floresta, as pessoas 6 tem a tendência a se isolar em seus lares, e esquecerem de que o mundo tem muito mais a oferecer!

*Número 7 – Alice no País das Maravilhas

O 7 é a cifra da análise crítica, e da busca profunda pela verdade! Sua visão peculiar das coisas faz que os nativos deste número se sintam muitas vezes “estranhos no ninho”, exatamente como Alice! Ela vai parar num mundo fantástico e realmente maravilhoso, mas onde as coisas simplesmente não fazem nenhum sentido e onde suas boas maneiras, curiosidade e senso crítico parecem não servir para nada! Alice até se desespera e chora! Ela, assim como todos os nativos do número 7, tem de aprender que o caos e o imprevisível fazem parte da vida, que as pessoas são mesmo contraditórias e mutáveis, e que criticar e entender a vida não é mais importante do que vivê-la! O que importa mesmo é se achar um sentido para a própria existência.

**Número 8 – João e o Pé de Feijão

O número 8 possui em si as qualidades de administrador e investidor. Sua visão em escala lhe permite ver mais adiante considerando coisas que os outros podem ignorar por pensar de modo imediatista. Qualidades que o jovem João demonstrou ter ao trocar sua vaca por feijões mágicos. Ora, claro que isso era muito melhor! E graças a isso João ficou muito rico. Como a ambição desmedida também é a sombra deste número, e o senso de justiça e equilíbrio que deveriam acompanhá-lo sumiram da consciência do rapaz, ele simplesmente acessa aquele mundo incrível, rouba a galinha dos ovos de ouro e mata o gigante, que afinal era o legítimo proprietário daquilo tudo! Esse conto é o latrocínio mais bem visto e divulgado da história!

Número 9 – Cinderela

O idealismo do 9 é sua marca registrada. É o número dos visionários, o artista que apegado ao seu sonho reluta em viver no mundo real e sofre por isso. É comum os 9 fazerem do sofrimento a ferramenta de sua ascensão, como fez Cinderela. Há em Cinderela, assim como em todos os nativos deste número, um desejo de servir a humanidade e mais ainda os menos favorecidos. Esse excesso de altruísmo traz dificuldades em se construir uma vida privada e de cuidar dos seus, erro tão comum aos nativos do 9. No conto, depois de se casarem e de Cinderela virar rainha, o casal fica conhecido por sua bondade e generosidade para com o povo! Popularidade é um forte atributo do 9.

*Nota: Rapunzel e Bela Adormecida, também expressam bem as qualidades do 7, mas falta-lhes o senso crítico e a curiosidade que Alice expressa bem mais intensamente! Por isso a considero uma melhor representante deste número.

**O significado esotérico deste conto se parece com a lenda de Prometeu que rouba o fogo sagrado dos deuses para dar uma alma aos homens. Aqui João rouba algo dos deuses (o gigante), para elevar a ele mesmo, num ato de cocriação do destino através da ideia, da inteligência ou da inspiração (qualidades superiores, ou divinas). Por outro lado é um conto com uma metáfora civilizatória. Retrata o momento em que o homem rompe sua comunhão sagrada com a natureza e começa a ver seus seres, tanto físicos quanto mágicos, como estúpidos e um objeto a ser subjugado por seus desejos e necessidades!

2 comentários:

  1. Olá, Jaime! Gostei bastante da sua comparação numerológica aos contos de fadas! Vc que teceu esta análise? Indicas fontes bibliográficas relacionadas? Grata.

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    1. Oi Ângela, obrigado por sua visita e palavras!
      Sim, essa relação é minha. Incentivo meus alunos, tanto de tarot quanto de numerologia, a identificar os arquétipos dos arcanos e dos números nos personagens do cinema e da tevê para que mais tarde possam refletir sobre relações maiores, como com a mitologia e também os contos de fadas! A essa relação entre números e contos infantis chamei de "Numerologia do Encantamento", e aplico em minhas leituras de mapa numerológico. Tecer essas analogias de fato não é fácil, mas depois de quase três décadas de estudos intensos consigo fazer isso relativamente bem, muito embora não considere que nenhum estudo sobre simbologia seja conclusivo. Novas relações sempre podem ser feitas!
      Você encontrará muita bibliografia falando sobre os contos de fadas, mas a maioria têm uma abordagem psicanalítica que pessoalmente eu não gosto, sexualiza demais a simbologia e enfatiza a violência implícita. Um trabalho que me inspirou bastante foi do casal Isha e Mark Lerner em seu livro "O Tarot da Criança Interior", editado no Brasil pela Pensamento. Espero que lhe inspire também!
      Um grande abraço e boa sorte!

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