sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Ápices e Desafios - Propostas de Crescimento


Os quatro grandes ápices ou pináculos representam as quatro grandes fases de desenvolvimento da vida humana, do nascimento ao fim da vida. São propostas que poderão ou não ser vividas por quem as possuir, positiva ou negativamente, dependendo do grau evolutivo de cada consciência. Viver sem manifestá-las, porém, é impossível! Cada número que rege um ápice representa a direção que a vida daquele nativo tomará durante o período de tempo em que ele durar. Cada ápice começa e termina conforme a data de nascimento de cada pessoa, pois que são definidos conforme o número de Caminho de Vida, ou Destino, no mapa numerológico. De modo geral o primeiro ápice termina entre os 27 e os 35 anos de idade, conforme a data de cada pessoa.

Assim sendo para os que possuem Caminho de Vida 1 o 1º ápice durará de 0 a 35 anos.
Para aqueles que possuem Caminho de vida 2 durará de 0 aos 34 anos.
Caminho de vida 3 dos 0 aos 33 anos.
Caminho de vida 4 dos 0 aos 32 anos.
Caminho de vida 5 dos 0 aos 31 anos.
Caminho de vida 6 dos 0 aos 30 anos.
Caminho de vida 7 dos 0 aos 29 anos.
Caminho de vida 8 dos 0 aos 28 anos.
E para o Caminho de Vida 9 dos 0 aos 27 anos... Mais adiante veremos como se faz o cálculo completo de ápices e desafios!

O primeiro ápice é o mais longo e vai do nascimento até a data de transição antes mencionada. E ele abarca a infância, a juventude e a maturidade. Por isso uma interpretação aprofundada do seu significado é fundamental, já que influenciará muito das vivências dos ápices, ou pináculos posteriores.

O segundo ápice, assim como o terceiro, é mais curto. Entre 9 e dez anos, pois a cada ciclo de 9 anos segue-se um ano de transição entre uma e outra fase. Costumam ser os mais agitados, pois que nessa época da vida a maioria das pessoas está desenvolvendo suas ideias e ideais, testando os próprios valores e conceitos pessoais.

O quarto e último ápice é também chamado de “ápice da maturidade”, pois é neste período vida que se colhe os frutos de tudo que foi vivido e disseminado ao longo da jornada, ou seja, onde se vê o resultado das ações de uma pessoa ao longo da vida. Independentemente do número que ali esteja, seu enfoque interior de vida determinará se viverá os aspectos luminosos ou sombrios de vida desta cifra.

Calculando o Ápice

Para aprender como se faz o cálculo dos ápices e desafios pessoais vamos tomar a data de uma grande escritora brasileira, a poetisa Cecília Meireles, nascida em 7 de novembro de 1901. Procedemos assim:
O 1º ápice = dia + mês – 7 + 11 = 18 = 1 + 8 = 9, seu primeiro ápice ou desafio é 9.

O 2º ápice = dia + ano – 7 + 1901 = 1908 = 1 + 9 + 0 + 8 = 18 = 1 + 8 = 9, seu segundo ápice também é igual a 9.

O 3º ápice = o resultado do primeiro mais o resultado do segundo, ou seja, 9 + 9 = 18 = 1 + 8 = 9, o seu terceiro ápice também resulta em 9.

Por fim, o 4º ápice = mês + ano de nascimento = 11 + 1901 = 1912 = 13/4, seu último ápice de vida foi um número kármico bem difícil...

Calculando a duração

Para descobrirmos quanto tempo durou cada ápice vamos ter de descobrir qual o seu número de Caminho de Vida, ou Destino como preferem alguns.

Fazemos então assim 7 + 1 + 1 + 1 + 9 + 0 + 1 = 20 = 2 + 0 = 2

Cecília Meireles (7-11-1901/9-11-1964).
Poeta, ensaísta, folclorista,
jornalista e professora.
Seu Caminho de Vida foi 2, o que explica a extrema sensibilidade dos seus versos, o saudosismo decantado lindamente em passagens de sua infância, e nas suas lembranças dos amores passados e de suas origens ciganas, assim como seu interesse em história e folclore. O misticismo também é uma prerrogativa do número 2 que tem similaridades arquetípicas com o simbolismo da Lua, a anfitriã de todos os ritos mágicos da antiguidade, dos mistérios, da magia, e das visões de profetas, videntes e feiticeiras ao longo da história da humanidade, tudo isso se reflete em sua obra, como no poema que se segue:

Entusiasmo

Por uns caminhos extravagantes
Irei ao encontro desses amores
- por que suspiro distantes –

Rejeito os vossos que são de flores.
Eu quero as vagas, quero os espinhos
e as tempestades, senhores.

Sou de ciganos e de adivinhos.
Não me conformo com os circunstantes
e a cor dos vossos caminhos.

Ide com os zoitos* e os sicofantes**.
Mas respeitai vossos adversários,
que nem querem ser triunfantes.

Vou com sonâmbulos e corsários
poetas, astrólogos e a torrente
dos mendigos perdulários.

E cantamos fantasticamente,
pelos caminhos extravagantes,
para Deus, nosso parente.

·         *Zoitos = detratores, invejosos.
·         **Sicofantes = impostores, caluniadores.

Para descobrir as idades que serão regidas por cada ápice, será preciso reduzir cada número da data de nascimento a um número de um só dígito. No caso de Cecília 2, mas caso o resultado fosse um número mestre 11, 22 ou 33 etc, o resultado deveria ser o algarismo final de 1 a 9. Nos casos mencionados 2, 4 e 6... Ao obter esse número simples subtraia-o de 36, este número corresponde ao quadrado mágico do Sol que rege a frequência espiritual do 6.
Então 36 – 2, número do Caminho de Vida da escritora, = 34.

Seu primeiro ápice foi do nascimento aos 34 anos.

O segundo ápice começa no ano seguinte, aos 35 anos, e soma-se a ele 9, que corresponde ao número de anos de duração dos dois ciclos intermediários: 35 + 9 = 44. Assim o segundo ápice durará dos 35 aos 44 anos.

O terceiro ápice começa também no ano que se segue, aos 45 anos, e soma-se a ele de novo o 9 relativo a esses dois ciclos intermediários: 45 + 9 = 54. Este ápice então se estenderá dos 45 aos 54 anos de idade!

O quarto e último ápice segue a regra e se inicia no ano seguinte, aos 55 anos, e segue até o fim da vida na presente encarnação. Não sendo necessário acrescentar a ele nenhuma cifra.

Vemos que do nascimento até os seus 54 anos a grande poetisa brasileira foi regida em seus três primeiros ápices pelo número 9, uma cifra que rege tanto a arte quanto a busca de um propósito filosófico/espiritual para a vida. O que justifica muito bem seus versos existencialistas, tanto quanto a sua grande e inspirada produção literária. Aos dezesseis anos já lecionava, aos dezoito lança seu primeiro livro de poemas chamado Espectros, em 1919, e aos vinte e um se casa com o artista plástico português Fernando Correia Dias. Tece através dele contatos com a comunidade literária portuguesa. Assim como a inspiração e a arte, os temas universais, a relação com o estrangeiro e as viagens são outra característica abarcada no simbolismo do 9, e elas se fazem presente em sua vida intensamente; viaja pelas Américas, Chile, Uruguai, Argentina, México e Estados Unidos, onde deu palestras na universidade de Austin, no Texas. Chega inclusive a viver por períodos curtos em países como Bélgica, Holanda, Israel e Índia, o que influencia imensamente sua obra inspirando-lhe lindos versos da Índia e da Holanda. A universalização é também um dos significados mais profundos do ápice 9, e que Cecília viveu tão intensamente nesses períodos de sua vida.

A partir dos 55 anos ela passa por um pináculo 13/4, um pesado número kármico que infelizmente ceifou sua vida precocemente. As inúmeras atribulações propostas por seus números de desafios, suas perdas emocionais nunca trabalhadas, reverberaram num tumor no estômago que a levou aos sessenta e três anos. O 13/4 é um número que propõe esforço e disciplina, o que nunca faltou na vida da grande escritora, mas que com certeza foi demasiado na fase final de sua jornada, ainda mais com todo o peso de suas emoções reprimidas, tão comum aos portadores de um Caminho de Vida 2.

Os Desafios


Se os pináculos ou ápices são as buscas realizadas pela alma, os desafios são os obstáculos que encontramos nessa busca. São nossas deficiências, nossas fraquezas ou pontos cegos que nos fazem tropeçar nos caminhos que nós mesmos delineamos em nossos projetos de crescimento e amadurecimento. Os ápices ou pináculos são como uma semente tentando vir á tona, para encontrar a luz. Os desafios são como a terra que os oprime, ao mesmo tempo em que fornece o campo por sobre o qual a semente crescerá e dará frutos!
Cada desafio tem o mesmo tempo de duração de cada ápice/pináculo, assim sendo quando achar o tempo de duração de um não se faz necessário calcular o do outro. E sua forma de cálculo se utiliza dos mesmos elementos, só que ao invés de somar devemos subtrair. Metaforicamente a soma representa tudo o que acrescentamos a nossa vida, e que nos faz crescer. A subtração, pelo contrário, simboliza tudo aquilo que pode nos ser tirado, ou enfraquecido se não ficamos alertas.

Ainda com a data da poetisa procedemos da seguinte forma: data 07-11-1901

O 1º desafio = dia menos o mês = 7 – 2 (lembre-se sempre se utilizar dos números simples de 1 ao 9 mesmo se houver números mestres, reduzindo-os, como vemos agora) = 5. O primeiro desafio de Cecília, dos 0 aos 34 foi o número 5.

O 2º desafio = dia menos o ano = 7 – 2 (mesmo processo, já que 1901 dá 11/2). O segundo desafio também é o 5.

O 3º desafio = primeiro menos o segundo = 5 – 5 = 0, o zero tem as mesmas características aritméticas do 9, assim sendo consideramos como o terceiro desafio o 9 e não 0.

Por fim o 4º desafio = mês menos o ano = 2 – 2 = 0, que novamente consideraremos como 9 o quarto e último desafio da sua jornada.

Do nascimento aos 44 anos Cecília enfrenta o desafio 5, uma cifra dura demais para se começar a vida, esse dígito denota mudanças de casa, de vida, rupturas inesperadas e até traumáticas. O que explica muito bem as inúmeras perdas que teve ao longo de sua vida, como o pai que morreu antes de ela nascer, a mãe que morre no parto e, por fim a avó que falece quando ela tinha apenas dezesseis anos. Além de sua viuvez aos trinta e quatro anos, data em que exatamente termina seu primeiro ápice/desafio! Seu marido cometeu suicídio.
Aos quarenta e cinco anos os dois desafios 5 se encerram deixando para trás suas inúmeras atribulações, perdas e instabilidades (inclusive financeiras) que ela vivenciou ao lado do primeiro marido. O número 9, que rege os seus três primeiros ápices/pináculos, agora se transforma no seu desafiador. A inspiração, o idealismo, e a vontade de aprender e conhecer as coisas a fundo, tão características do 9, talvez tenham diminuído na escritora, ou tenham se tornado mais existencialistas e cobrados internamente, o que parece mais verossímil com sua trajetória. O desafio 9 muitas vezes nos faz perguntar se há ainda o que buscar ou realizar, ou na pior das hipóteses, se teremos forças para fazê-lo!

Um ilustrativo, e triste, exemplo da atuação do seu dificultoso ápice 13/4 com seu desafio 9 no fim da vida, é que ela morreu enquanto escrevia um poema que lhe fora encomendado em homenagem ao aniversário da cidade do Rio de Janeiro que, é claro, ficou inacabado!


Vale lembrar que os números não definem nossas vivências, eles apontam tendências, porém o que aprendemos e apreendemos de nossas vivências é que definem nosso destino.