quinta-feira, 7 de março de 2019

Desenvolvendo a Intuição...

Ativando o Guia Interior

A intuição é uma habilidade humana que pode sim ser desenvolvida, porém, é sempre bom ter em mente que há pessoas que parecem possuir um infinito poder intuitivo espontâneo, que se expressa de muitos modos, com muita precisão e muito naturalmente. Mas ainda assim isso é para poucos, e mesmo essas pessoas podem aprimorar os seus talentos.
Sempre fui muito intuitivo, mas igualmente racional e crítico demais, custei primeiro a confiar na minha intuição, e depois conhecê-la mais profundamente. A intuição tem peculiaridades de pessoa para pessoa. Umas são muito boas em perceber fatos físicos, como o mal estar de alguém ou sentir que esta pessoa não está bem muito antes de ela manifestar os sintomas. Outros são bons em captar sentimentos e intenções ocultas, e avaliar um caráter com pouco ou quase nenhum amparo da mente analítica. Outros conseguem perceber o desfecho de uma situação, quase como um oráculo vivo, são capazes de dizer a direção que uma pessoa ou situação tomará sem nenhuma informação prévia. Há aqueles que possuem uma intuição mais voltada para questões organizacionais, sabem quando tem um problema num sistema do qual conhecem o funcionamento, mas ainda assim percebem a desarmonia sem com que nenhum distúrbio aparente se evidencie. Muitos contadores, auditores, técnicos de informática e computação possuem esse viés intuitivo, mas como veem a si mesmos como racionalistas, nem supõe que na verdade são mesmo intuitivos. E, por fim, há os intuitivos sensitivos que percebem as energias de ambientes e pessoas, e se “contaminam” com tais energias. Muitas vezes essas pessoas são chamadas de médiuns, e orientadas a se desenvolverem...
Erroneamente se acha que todo intuitivo tem potencial para ser um consultor holístico, um oraculista (tarólogo, cartomante, astrólogo), ou curador! E isso faz com que muitas pessoas se afastem de atividades que favoreçam o desenvolvimento das suas habilidades intuitivas. A percepção intuitiva é um guia interior para a tomada de decisões sobre nossas vidas, nossos relacionamentos e caminhos de crescimento, e abarcam todas as áreas do interesse humano. Ninguém precisa deixar seu trabalho para se tornar um místico, curador ou paranormal. Executamos nossa missão de vida em muitos âmbitos. Uma regra absoluta, porém, é de que o desenvolvimento intuitivo requer disciplina, dedicação e introspecção.

Três Dicas para o 
Desenvolvimento Intuitivo


- Saia da zona de conforto que você escolheu! Pautamos comumente em nossas vidas por fazer sempre uma mesma coisa com o objetivo de nos tornarmos o melhor naquilo que fazemos, e atingir o sucesso. E não há nada de errado com isso! O sucesso vem mesmo da prática contínua, e da dedicação e estudo constantes, e ao atingirmos o sucesso em nossos campos de interesse mais pessoas além de nós mesmos são beneficiadas. Um cabeleireiro que atinge a perfeição consegue ajudar a autoestima de seus clientes, um chef de cozinha consegue resgatar memórias afetivas, e proporcionar prazer e satisfação numa refeição solitária ou em parceria. Um tarólogo consegue trazer entendimento sobre uma situação impulsionando a transformação de seu cliente, um bailarino traz inspiração e enlevo ao seu público, e assim por diante. O sucesso nunca fica só com quem o atingiu, mas se expande para o mundo! O que fica perigosamente limitante é quando não nos proporcionamos outros interesses que nos desafiem, com o objetivo de expandir nossa consciência sobre a vida. Costumamos assim desviar de áreas em que não nos reconhecemos como competentes, evitando o fracasso e a frustração. Bem, eles realmente podem ocorrer, mas se perseverarmos no caminho do nosso desafio isso pode ampliar nosso potencial criativo tanto quanto nossa percepção intuitiva. Muitas vezes a inspiração intuitiva se apresenta quando estamos mais necessitados de orientação. Esses desafios podem ser coisas simples como fazer trabalhos manuais, desenhar, cozinhar, dançar, fazer jardinagem ou qualquer coisa que faça com que digamos a nós mesmos: “Nossa, eu não sou bom nisso”. Você pode descobrir que não é tão ruim assim, e adquirir um hobby interessante e envolvente, ou achar uma vocação oculta. O modo como cada pessoa corta o cabelo, cozinha, lê tarot ou dança é moldado intuitivamente, não importa de onde veio a formação, todos nós acabamos por misturar as instruções passadas por nossos mestres ao modo como percebemos a disciplina que desenvolvemos. Acontece naturalmente, é intuitivo, e a intuição é um fenômeno natural. Pense nos navegadores mais primitivos como os polinésios e os vikings, descobriram novas terras se lançando mar adentro, sem nenhuma informação prévia. Apenas observando as direções do sol, do vento, sombras refletidas nas nuvens, as estrelas, e o voo dos pássaros. A falta de conhecimento não foi empecilho para que seguissem adiante, não é mesmo?

- Daí vem a segunda dica: Contate com a natureza, somos parte dela! Acredite ou não estamos em constante troca com as energias dos elementos naturais do nosso meio ambiente (a Terra). É clássica a figura do escritor que se muda para uma casa na praia ou para uma cabana nas montanhas para escrever seus livros. Os artistas sabem intuitivamente que essa interação com o meio natural costuma ser inspiradora de algum modo. Somos parte dos ciclos naturais, e a maioria de nós se esqueceu disso completamente. Saiba que quanto mais urbano você é menos acesso à sua intuição natural você terá! A vida na cidade está transbordando de distrações, pessoas grudadas em seus celulares e tablets não olham mais sequer para o céu. Há, inclusive, pessoas que creem que no inverno escurece mais cedo porque não há o horário de verão... Isso mesmo! Não possuem nenhuma observação da direção do sol nas estações, nem no modo como ele entra pela janela de suas casas. Essa alienação é que faz com que nosso mundo esteja de tal modo depredado, e faz com que postagens sobre ecologia e degradação do meio ambiente mal atinjam meia dúzia de curtidas nas redes sociais, enquanto as de gatinhos e cachorrinhos recebam centenas ou até milhares. Como se fossem coisas não relacionadas entre si.

- Cultive o silêncio, os ruídos do mundo são uma forma de distração a que estamos todos submetidos. Não tema ficar a sós com seus próprios pensamentos. Muita elucidação pode vir disso. Se não consegue esvaziar a mente em estado de vigília, ou seja, parado, o faça dinamicamente. Cozinhe, varra a casa, caminhe botando atenção plena no que faz. Esvazie a mente o máximo que puder até amadurecer o estado de meditação. Não se acomode no “eu não consigo”, lembra do que falei antes no primeiro item? Dedicação e empenho! O silêncio é o caminho para ouvir a voz interior da intuição profunda. O problema é que as pessoas temem o silêncio por temerem na verdade ouvir seus próprios pensamentos ruminantes e, geralmente, muito negativos. Para ficar no silêncio não brigue com sua mente, deixe esses pensamentos passarem como as folhas arrastadas por um rio, ou como imagens que passam numa tevê sem volume. Não discuta, apenas siga o silêncio. É na profundidade do silêncio que a mente não linear salta! Como naquela história zen budista em que um rei disposto a testar o quanto seu cofre era inexpugnável coloca os três homens mais sábios do seu reino dentro dele, e eram eles um matemático, um filósofo e um místico. Quando fecha a porta os homens se colocam a avaliar o problema. O matemático faz cálculos de probabilidade, o filósofo vê-se diante de um enigma, e o místico logo após avaliar a situação e concluir que nada podia fazer, senta-se no chão e começa a meditar. Depois de um tempo o rei reaparece e diz: “Ué? Ainda aqui? O vencedor já saiu!”. Na cerimônia do grande vencedor os outros dois candidatos se apressam em perguntar ao místico: “Como conseguiu?”, ao que ele responde: “Não sei, apenas desisti e comecei a meditar, e quando enfim cheguei ao silêncio da mente, uma voz veio lá do fundo e disse – saia, a porta não está trancada – e eu saí!”. Esse é o poder do silêncio.