Os números são, até onde se sabe, de origem hindu. Esses caracteres são também chamados de indo-arábicos por terem sido encontrados entre os antigos povos da Mesopotâmia e Índia. Foram os árabes seus introdutores na Europa em decorrência do comércio e das invasões sarracenas. A integração definitiva dos números na cultura ocidental só se deu no século XII. A palavra número vem do grego nemo que significa dividir. Logos também é uma palavra derivada do grego que significa conhecimento. Assim sendo a Numerologia é o estudo de
como as coisas se dividem no universo conforme sua estrutura vibracional. Tudo
o que existe vibra e cada vibração possui uma frequência numérica. Assim
pessoas, animais, vegetais e minerais possuem uma faixa vibracional própria que
é classificada por códigos numéricos. Sim, somos todos números! Esses números
podem mapear nossa personalidade, mas não restringem de modo algum a
possibilidade de alteração daquilo que conhecemos como destino, através da
transformação da consciência. Segundo C.G Jung a consciência do número existe
antes mesmo da capacidade de representá-lo graficamente! É a ideia simbólica
mais antiga (talvez a primeira) da humanidade.
Os números estão presentes em muitas técnicas esotéricas e sistemas oraculares. |
Uma descrição mais detalhada
dos números, seus mitos e correspondências tanto no tarot quanto na astrologia
está disponível na lista de marcadores deste blog com o título “simbolismo dos
números”.Vamos agora a Uma Breve História
do Tempo como diria o físico Stephen Hawking, só que sob a ótica da numerologia:
As Bases da Vida
O zero (0) – O vazio de onde tudo se originou. O circulo que contém toda a criação e todas as possibilidades de manifestação. Simboliza tanto a nulidade da ignorância quanto o vazio de uma consciência plena, o nirvana dos iluminados. O zero é onde o humano encontra o divino depois de sucessivas e cíclicas passagens (reencarnações), que se dará no número 10. No tarot é O Louco, a inocência da manifestação.
Um (1) – O ponto de onde a vida se manifesta de modo focado. Um axioma da geometria afirma que “por um ponto passam infinitas retas”, assim o um pode criar tudo, pois todos os outros números derivam dele. O indivíduo único e indivisível que possui em si a semente do sagrado. O pai-mãe criador das antigas religiões. No tarot é O Mago, o poderoso criador.
Dois
(2)
– A meia lua ou a linha. A dualidade que gera a tensão que por sua vez mantém a
vida em equilíbrio: vida/morte, dia/noite, nascer/morrer, macho/fêmea etc. O
dois é a antítese que se opõe a tese (que é o um). Representa a introspecção
que se dá em meio às transições importantes. O olhar para além do que se
apresenta. No tarot é A Sacerdotisa, a conhecedora dos mistérios da vida.
Três
(3)
– É o triângulo. A síntese que une o masculino íntegro, com o feminino
facetado. Emblema da conclusão e por isso mesmo das tríades sagradas das
grandes civilizações: Brahma, Vishnu, Shiva. Osíris, Ísis, Hórus. Pai, Filho,
Espírito-Santo e as três letras maternais da cabala Aleph (ar), Mem (água) e
Shin (fogo). No tarot é A Imperatriz, a mãe do mundo.
A
Criação do Mundo Físico e do Homem
Quatro
(4)
– O quadrado. O construtor e regulador da realidade. Tudo no mundo físico é
organizável a partir da tétrade. Quatro estações, elementos, direções, humores
etc. Se o circulo é a representação natural do todo o quatro é sua divisão mais
óbvia! Representa o mundo concreto, o corpo e a criação pronta. No tarot é O
Imperador, o líder do mundo.
Cinco
(5)
- O pentagrama. A introdução do espírito na matéria bruta do quatro. Insere
movimento, inspiração e ação criativa onde antes só havia massa e volume. É o
número do homem e sua busca por Deus (meio quadrado/meio circulo). No tarot é O
Hierofante, o que cria pontes entre os homens e o sagrado.
Seis
(6)
– O hexágono (selo de Salomão). O número da perfeição manifesta, sua sexta
parte (1), mais sua terça parte (2), mais sua metade (3) somados resultam nele
mesmo e é o único número simples em que isso acontece. Simboliza a união do
homem com Deus e com a comunidade terrena, outros homens e natureza. No tarot é
Os Amantes, o aprendiz do Amor.
A
Busca por Individuação
Sete (7) – Tem sua origem na soma dos antagônicos e complementares: o um (individual) com o seis (coletivo), o dois (agregador) com o cinco (desagregador), o três (criativo/imaginativo) com o quatro (realista/concretizador). Denota desenvolvimento, recolhimento e perfeição no âmbito físico tanto quanto no espiritual. No tarot é O Carro, o herói em busca de sua lenda pessoal.
Oito
(8)
– A harmonia das coisas. O oito retifica os possíveis excessos cometidos no
sete. A sua forma é a de dois círculos que se equilibram perfeitamente, por
isso está associado a lei do Karma, que é a reguladora da evolução. Pressupõe
um caminho que se eleva, um mirante de onde se vê tudo com mais clareza. No
tarot é A Justiça, o encontro com a verdade.
Nove
(9)
– O nove é segundo Pitágoras o “oceano onde navegam os outros números”. Nada é
maior que ele (3x9=27 – 2+7=9) nada pode ser acrescido a ele (7+9=16 – 1+6=7).
É o nível da completude do iluminado, aquele que atingiu o ápice de consciência
humana. No tarot é O Eremita, o sábio dos sábios, aquele que ao se iluminar
volta-se para si sem virar as costas para os que trilham o caminho da luz.
O
Dez (10) – O homem volta ao seu estado de pureza divina, unido
novamente com o sagrado ele vê a vida como um esquema completo e não mais
separado por secções do ego. Percebe-se como co-criador da realidade onde um
novo ciclo pode e deve se iniciar. O dez é o um que passou por todos os outros números (consciências) e elevou-se. Vê o esquema da Roda de Samsara e
liberta-se. No tarot é A Roda da Fortuna, a lei dos sucessivos começos.