Só hoje pela manhã me dei por conta que ontem, dia 13/07/2012 era uma sexta-feira 13! Um dia tido como aziago (azarado, ou maldito), de má sorte e fonte de emanações escuras... Na minha infância lembro-me de uma revista em quadrinhos da Bloch editores com esse nome, Sexta-feira 13. Eu era um apaixonado por histórias de terror, que comprava, trocava e pedia emprestado as edições desta revista a um vizinho. Lobisomens assustadores, vampiros tenebrosos e zumbis repugnantes que habitavam pântanos lodosos e sombrios eram os personagens destas edições. Sempre me intrigou a má fama desta data.
Cheguei a pesquisar sobre os mitos que possam ter influenciado nessa péssima reputação e, é claro que não precisei ir muito longe, as origens estavam logo ali no cruzamento da cultura pagã europeia e os primórdios da cristianização. O 13 é um número sagrado para as culturas xamânicas, está associado ao número de luas cheia no período de um ano. Cada uma possui um significado próprio e uma evocação mágica específica. Na tradição Wicca as reuniões nas noites de lua cheia eram chamadas de Esbás. Bastou isso para que o 13 logo passasse a ser uma cifra ameaçadora para a nova religião. Ainda mais que Jesus Cristo era o 13º componente de um grupo formado por mais 12 apóstolos, e segundo as escrituras foi crucificado numa sexta-feira... Precisa explicar mais?
No histórico deste dia há lembranças terríveis, como a de crianças que nesta data perseguiam e torturavam gatos pretos, e de adultos que evitavam cruzar com os lindos bichanos, ou passar por debaixo de escadas... Pobre Jesus, crucificado tantas vezes por nossa estupidez, pobres gatos pretos que não sabiam o motivo de seu calvário... Disso tudo eu sinto mesmo é saudades só das revistinhas que eu lia na soleira da porta da cozinha da minha casa, e de preferência por volta do meio dia, com minha mãe de olho e sob a luz do sol... Afinal eu sabia naquele tempo que monstro nenhum se meteria com uma mãe e em plena luz do dia!...