Considerado o número da perfeição, pois que representa a união do macro com o microcosmo, o 10 é tido como 1 que transitou por todos os caminhos evolutivos (os outros números) e retornou revigorado, iluminado! Tudo começa, porém, com o zero, o número cujo símbolo mais expressivo é o da serpente que engole a própria cauda representando o eterno movimento do tempo que emana e é devorado pela eternidade. Deste círculo nasce o ponto, ou o 1, que simboliza a manifestação do espírito em sua descida encarnatória. Como a queda de Lúcifer, um ser espiritual que assim como nós veio para uma experiência terrena. Por isso para muitas pessoas entregar-se ás vicissitudes materiais é infinitamente mais fácil já que nossa descendência Divina, ou Superior, tem de ser reconquistada! Simbólica e numerologicamente essa descida ao mundo terreno é representada pelo 01. Por evolução devemos subir ao 10. Essa cifra poderosa gerou um dos mais complexos sistemas místico-religioso-filosófico da humanidade, a Cabala ou Kabbalah. Dividida em dez Sephiroth, que quer dizer números, e seu singular Sephira, quer dizer número! Cada Sephira representa o mundo das formas manifestas com os princípios absolutos do ser. Assim fica mais do que claro que toda a Kabbalah, também conhecida como Árvore da Vida, é um sistema numerológico de compreensão da natureza, do homem e de Deus.
O esquema da Kabbalah, a Árvore da Vida. |
Pitágoras, um Mestre esotérico que viu nos números a estrutura ordenadora de toda a vida. |
O filósofo e matemático Pitágoras
considerava o número 10 como o detentor da chave da totalidade, pois a soma de
1 + 2 + 3 + 4 é = a 10. E a Tetraktys deteria em si a chave da compreensão da
totalidade da vida. Em sua estrutura encontramos o 1 que é a unidade de onde
tudo vem, e não importa como a chamemos, Deus, o Todo, Cosmo, Universo... A
vida tem uma mesma origem e a ela retorna. Paralelamente possuímos todos uma
parte dessa unidade em nós, conhecida nos círculos de saber como a “Presença
Divina”, e mais especificamente no gnosticismo de “Cristo Interno”. Da unidade
nasce a dualidade do 2, pois que no mundo físico a manifestação só se dá
através do conflito e da complementação de opostos. Assim o macho encontra seu
propósito na fêmea e vice versa, ou falando de modo mais genérico o Yn no Yang,
e vice versa... A vida tem grande parte do seu sentido atribuído à sua
finitude, a morte. O dia sugere tarefas e a contagem do tempo, pois que é
sucedido pela noite, e assim por diante! A dualidade da vida contém em si o
mistério da existência e sua manifestação, mas pode aniquilar a si mesma senão
houver complementaridade. Depois disso encontramos o ternário (3) que sugere
movimento. Os antagonismos sugeridos pela dualidade não podem ficar estáticos,
assim nascem os princípios do movimento e do tempo: começo, meio e fim.
Passado, presente e futuro. Nascer viver e morrer. O ternário faz crescer,
mover e continuar. Ele leva adiante o influxo de acontecimentos que chamamos de
vida! Por fim, vem o quaternário (4) e ele ordena toda a existência. Sua principal
função é organizar, nomear e atribuir funções a tudo. A realidade como um todo
pode ser classificada em quatro estágios. O nascer, viver, morrer da trindade
torna-se a infância, juventude, maturidade e velhice. Os antagonismos da díade
ganham funções; macho e fêmea, ativo e passivo, positivo e negativo ganham
funções na sociedade e na estruturação de tudo o que nos cerca. As coisas
passam a ter um papel definido. A própria unidade passa a ter uma definição.
Para um materialista o Todo é o universo material, para um espiritualista, ou místico,
o Todo é a essência espiritual que permeia e movimenta este Universo (Deus).
O esquema do Tetraktys. |
O círculo e a linha são as formas
geométricas que representam esotericamente o número 10. Simbolizam o homem
dentro do seu mundo, onde tem o poder de criar ou recriar sua realidade quantas
vezes for capaz, mas nada pode fazer antes do Despertar. Até lá ele se sentirá
vítima, ou o único responsável, por tudo o que lhe acontece até que compreenda
que todas as coisas são realizadas em cocriação, uma criação conjunta entre
homem, natureza e divindade... Mas esse pode ser o trabalho de uma vida (ou
vidas) inteira! A linha dentro do círculo representa o ser cercando-se de todas
as experiências necessárias para que ele desperte para essa consciência. Muitas
dessas experiências serão cíclicas e similares em muitos pontos para que ele as
conecte e dirija-se ao seu próximo estagio evolutivo!
A Roda da Fortuna no tarot, as mudanças como ciclos de crescimento e possibilidade de evolução! |
Leia também: O Simbolismo do Número Doze
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